A melodia de “Ontem ao Luar” foi composta originalmente pelo flautista Pedro Alcântara(1866- ), em 1907. Inicialmente era uma polca e se chamava “Choro e Poesia”. Mais tarde(1913) recebeu a letra (à revelia do autor) de Catulo da Paixão Cearense(1863- 1946) e passou a se chamar “Ontem ao Luar”.
A primeira gravação de “Ontem ao Luar”, em 1918, é de Vicente Celestino. Devido à semelhança com a canção Love Story, retornou com mais de dez regravações durante a década de 70.
Curiosidades sobre Catulo: Era autodidata e aprendeu praticamente sozinho a tocar violão, os meandros da matemática, do português e do francês, chegando inclusive a fazer traduções de poetas franceses.
Já conhecido nas rodas de boemia foi convidado para uma festa na casa do Senador Gaspar da Silveira Martins, onde deixou todos impressionados com sua inteligência. A esposa do senador então contratou-o como professor dos filhos. Passou então a morar na residência do senador.
Apesar de muitos pensarem que Catulo é cearense, ele nasceu em São Luiz do Maranhão. Só aos 12 anos de idade mudou-se para o sertão do Ceará.
No bairro do Engenho de Dentro existe uma rua rebatizada em homenagem a Catulo. A antiga rua Francisco Méier (onde ele morou nos últimos anos de vida) passou a chamar-se Rua Catulo da Paixão Cearense. Em vários outros estados do país encontramos nomes de ruas em homenagem a Catulo.
A música durante vários anos trazia apenas Catulo como compositor. Em 1976, graças aos esforços de uma neta de Pedro de Alcântara, uma decisão judicial restabeleceu o nome de Pedro Alcântara como co-autor da composição.
“Ontem ao Luar” esteve presente nas trilhas das novelas “Nina” ( 1977-1978 / Altemar Dutra), “Senhora” (1975 / Paulo Tapajós), “A Sucessora” ( 1978-1979 / Fafá de Belém).
ONTEM AO LUAR
(Catullo da Paixão Cearense e Pedro Alcântara)
Ontem, ao luar,nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas, fitando o azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei
Mostrando-a ti, dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e, assim, te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer
De ver a lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que eu só sei sentir
É mister sofrer para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta, ao luar,do mar à canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
E sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe um monte á beira mar, ao luar
Ouve a onda sobre a arei-a a lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão
De um calado coração
A penar, a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente, universal
E a dor maior, que é a dor de Deus
Essa letra não continua?
ResponderExcluirSe tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais.........
CONTINUA SIM , TA FALTANDO.
ExcluirEsta letra está errada .
ExcluirContinua assim: Se tu queres mais,saber a fonte dos meus ais, poe o ouvido aqui na rosea flor do coração, ouve a inquietação da merencória pulsação, busca saber qual a razao porque ele vive assim tao triste a suspirar a palpitar em desesperação, a teimar de amar um insensível coração, que a ninguém dira no peito ingrato em que ele está mas ao sepucro fatalmente o levará.
ResponderExcluirAlem desta, existem mais duas partes, que poucos conhecem. Constam da primeira gravação de Vicente Celestino.
ExcluirContinua assim: Se tu queres mais,saber a fonte dos meus ais, poe o ouvido aqui na rosea flor do coração, ouve a inquietação da merencória pulsação, busca saber qual a razao porque ele vive assim tao triste a suspirar a palpitar em desesperação, a teimar de amar um insensível coração, que a ninguém dira no peito ingrato em que ele está mas ao sepucro fatalmente o levará.
ResponderExcluirPermita-me sugerir seja acrescentada a data e local de falecimento do flautista Pedro Alcântara (natural da cidade do Rio de Janeiro-RJ, 21 de agosto de 1866, falecido em Sete Lagoas-MG, 29 de agosto de 1929.
ResponderExcluirGrato pela oportunidade e parabéns pelo excelente Blog.
também foi executada magistralmente na novela Tieta do agreste, numa serenata feita, logicamente, feita ao luar, pelo quarteto, jose mayer, reginaldo farias, o casado com a irmâ mais nova de tieta, Paulo Beti, e aquele galã que fazia o capitão que foi mora em mangue seco
ResponderExcluirQueria tanto rever esta cena...ficou em minha memória!
ExcluirNo Globoplay você consegue assiste a novela na íntegra! Esses dias finalizei todos os capítulos!
ExcluirLí em certa ocasião que indo morar na casa do senador mantinha amizade com uma das filhas que um dia lhe perguntou " o o que era a dor de uma paixão" o que lhe inspirou para fazer a letra para a canção "Choro e Poesia".
ResponderExcluirÉ um dos poemas mais lindo de Catulo. Quando Catulo pôs o poema na musica de Pedro Alcântara resultou nesta belíssima composição musical, que penso ser uma das canções cantadas nas serestas de antigamente. Eu mesmo que tenho 80 anos e morava em Jaú cantei varias vezes com os amigos nas janelas das moças belas da cidade.
ResponderExcluirUma das mais belas melodias que ja tive o prazer de ouvir !
ResponderExcluirEu sou bisneta de Pedro de Alcântara. Minha tia Heloísa Alcântara Bernardi luto e documentada com partitura original, conseguiu então comprovar a veracidade da melodia de Pedro de Alcântara
ResponderExcluirEu sou bisneta de Pedro de Alcântara, minha tia HELOÍSA ALCÂNTARA BERNARDI, lutou e com partitura original pode comprovar a veracidade da melodia de Pedro de Alcântara na letra de Catulo da Paixão Cearense
ResponderExcluirLinda demais, melodia e letra
ResponderExcluirAdorei todas as informações.
ResponderExcluirLinda letra e melodia!
realmente apesar de ter 78 anos de idade confesso que jamais ter ouvido esta música.quanto a Catulo só me recordo de " Luar do Sertão " Posso afirmar que a melodia de Pedro de Alcântara casada com a poesia de Catulo da Paixão Cearense é uma página mais romântica e bonita que já ouvi, entre outras.
ResponderExcluirSó que tem mais uma estrofe.
ResponderExcluirSe tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui
Na rósea flor do coração
Ouve a inquietação
Da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Por que ele vive, assim, tão triste
A suspirar
A palpitar
Tem uma desesperação
A teimar
De amar
Um insensível coração
Que a ninguém dirá
No peito ingrato em que ele
Está
Mas que ao sepulcro
Fatalmente o levará.
Ouvi ontem um seresteiro cujo nome não guardei que após este final:..que ao sepulcro fatalmente o levará, ainda havia outro verso que falava de JESUS e mencionava que esse final desconhecido SO HAVIA.NO ACERVO DO MIS daí que fazendo essa consulta que ora faço NÃO.ENCONTREI
ResponderExcluirQuando Jesus, meigamente solitário no cimo do calvário,
ResponderExcluirSeus olhos, indulgente, erguia aos céus.
Quanta dor, quanta poesia a penar
Nos seus olhos luz luzia a meditar!
Não era a dor de não ter esse poder de remir
A humanidade da eterna atrocidade do sofrer!
Era, sim, a crúcia pena de sentir por Madalena o coração
Desfalecer.
Louve-se a beleza da melodia de Pedro Alcântara, que recebeu com galhardia o poema de Catulo, com palavras pomposas como nívea, taful, amaríssimo, travor, dulçor, silente, perenal...Isso pedantismo literário era comum na época
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